08 jan 2020

Resiliência x Resignação

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Resiliência… palavra cada vez mais usada quando o tema é Saúde Mental, que tem origem na física e significa “voltar ao estado normal”, “ter elasticidade”. No mundo corporativo, uma pessoa é dita resiliente quando é capaz de suportar pressão ou estresse sem que isso lhe comprometa do ponto de vista funcional, físico ou mental.

Mas como tudo muda o tempo todo, como já dizia Heráclito de Éfeso aproximadamente há 500 anos antes de Cristo, há momentos em que a pior estratégia é voltar ao estado anterior, ou seja, ser resiliente. Todos nós sabemos que as vezes é preciso virar a página, dar um passo a frente. E é aí que entra em cena a palavra resignação, que costumeiramente é colocada como sinônimo único de acomodação, de aquietação, de adaptação.

Mas não é só isso. Na sua origem, a palavra resignação nos remete a resignificação, ou seja, ao ato de atribuir novos valores as coisas e, assim, agir à partir desse novo olhar, dessa nova perspectiva.

Sim, a resiliência é um valor. Mas tão importante para Saúde Mental quanto a resiliência é a resignação. Esses valores aparentemente antagônicos entre si são chamados pelo filósofo Edgar Morrin de “valores complexos”, pois assim como há tempos para rir e para chorar, ganhar e perder, plantar e colher, correr e parar, há momentos para sermos resilientes, mas há outros momentos em que a nossa única opção, até por uma questão de dignidade, é a resignação.

Que 2020 simbolize o nosso equilíbrio e que tenhamos o discernimento necessário para escolher as estações de resiliência e também de resignação. Que a nossa Saúde Mental seja preservada e a nossa maturidade aumentada nesse novo ano que se inicia. São os meus sinceros votos a todos vocês. Obrigado por caminharem comigo em 2019. Um Forte abraço!

Autor: Marcos Henrique Mendanha (Instagram: @professormendanha)  – Médico do Trabalho, Especialista em Medicina Legal e Perícias Médicas. Advogado especialista em Direito do Trabalho. Autor do livro “Limbo Previdenciário Trabalhista – Causas, Consequências e Soluções à Luz da Jurisprudência Comentada” (Editora JH Mizuno), e “Medicina do Trabalho e Perícias Médicas – Aspectos Práticos e Polêmicos” (Editora LTr). Coautor do livro “Desvendando o Burn-Out – Uma Análise Multidisciplinar da Síndrome do Esgotamento Profissional” (Editora LTr). Diretor e Professor da Faculdade CENBRAP. Mantenedor dos sites SaudeOcupacional.org e MedTV. Coordenador do Congresso Brasileiro de Medicina do Trabalho e Perícias Médicas, e do Congresso Brasileiro de Psiquiatria Ocupacional. Diretor Técnico da ASMETRO – Assessoria em Segurança e Medicina do Trabalho Ltda (Goiânia/GO). Membro da Câmara Técnica de Direito Médico do CRM-GO. Colunista da Revista PROTEÇÃO. Consultor de Saúde Ocupacional Corporativa.

Obs.: esse texto traduz a opinião pessoal do colunista Marcos Henrique Mendanha, não sendo uma opinião institucional do SaudeOcupacional.org.

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