Uma iniciativa do INSS para tentar acelerar a concessão de benefícios acabou criando um embaraço. Com o aumento da automação de atendimento, passar as informações pela internet virou problema para muitos brasileiros.
Quase quatro em cada dez pedidos de benefícios ao INSS foram analisados por um sistema automatizado nos primeiros meses de 2023. É mais do que o dobro do registrado no mesmo período de 2022.
O INSS diz que o sistema considera tudo o que a pessoa informa e cruza com outras informações de bancos de dados. A presidente do Instituto Brasileiro de Direito Previdenciário diz que o problema é que o banco de dados, em alguns casos, está desatualizado e falta orientação ao beneficiário de que ele precisa retificar os dados antes de pedir o benefício.
Hoje, a fila por atendimento da Previdência Social tem 1,8 milhão de pessoas. O INSS diz que esse total abrange aposentadorias, benefícios assistenciais, pensões, auxílios e perícia médica. A orientação é que os pedidos sejam feitos pelo sistema. Mas a auxiliar administrativa Soraia Corrêa diz que não é algo simples.
Mesmo enviando todos os documentos, o pedido de aposentadoria da Soraia foi negado e uma advogada entrou com recurso.
Outra reclamação comum é que o sistema informa, em um primeiro momento, que a pessoa pode se aposentar, mas depois isso não se confirma. O gerente comercial Roberto Chagas ficou surpreso ao saber que a aposentadoria tinha sido negada.
Segundo o INSS, os comprovantes apresentados por Roberto não se enquadraram nas regras para o benefício. E o caso de Soraia está em análise no conselho de recursos.
O INSS recomenda a pessoas com dificuldades para usar o sistema automatizado que liguem para o telefone 135 ou agendem um horário em uma agência do instituto ou em uma entidade que tenha parceria com a Previdência Social.
Fonte: Portal G1