06 jan 2017

Assédio Moral no Trabalho

postado em: Coluna do Edu

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Este assunto no mínimo daria um livro, porém para começar a entender este assunto extremamente complexo, devemos conhecer os pontos principais para poder identificá-lo e combatê-lo.

Assédio moral é qualquer conduta, ação ou omissão, por meio da qual qualquer pessoa no local de trabalho ofende, xinga, humilha, exclui, ironiza, desmoraliza, abusa, agride, enfim, ofende a dignidade, a integridade física ou mental de um trabalhador(a), de forma repetida e contínua, ameaçando seu emprego ou desestabilizando seu ambiente de trabalho.

O trabalho deve ser um local que promova a saúde e não o adoecimento do trabalhador. Há limites. Vivemos situações onde há uma potencialização de cobranças normais, ou seja, tudo é assédio, até casos claros de assédio moral extremamente adoecedores.

Qualquer pessoa no local de trabalho pode ser o assediador: seu chefe, supervisor, gerente, superior ou colega de trabalho. É classificado como descendente se a ação é de um superior hierárquico sobre um subordinado, horizontal quando ocorre entre pessoas do mesmo nível hierárquico e ascendente quando parte do subordinado em relação ao seu superior hierárquico (comum em serviços públicos).

O assédio pode acontecer por meio de gritos, insultos, palavrões, atitudes, ofensas, ironias, exclusões, etc. Alguns exemplos:

• Você é mesmo difícil… Não consegue aprender as coisas mais simples! Até uma criança faz isso… Só você não consegue!
• É melhor você desistir! Não é para gente como você!
• Lugar de doente é em casa!
• Se você não quer trabalhar… por que não dá lugar para outro?

O assediado dever dar visibilidade à agressão, procurando ajuda de colegas e do departamento responsável por pessoas. Procurar seus superiores na empresa, evitar conversas com o agressor sem testemunhas e por fim, buscar apoio junto aos seus familiares, amigos e colegas.

A professora Margarida Barreto, uma das maiores pesquisadoras no assunto, diz que os alvos preferências em empresas brasileiras são:

• As pessoas que têm problemas de saúde.
• Retornam de licença maternidade ou de afastamentos após acidentes de trabalho.
• Têm mais de 35 anos.
• São questionadores, principalmente sobre políticas internas da empresa.
• São solidárias com outras pessoas que são assediadas.

Brincadeiras e zombarias são comuns nos ambientes de trabalho e podem ser vistas como normais, desde que não passem do humor sadio para o terror psicológico.

Já sou meio “rodado” no mundo corporativo e confesso que já vi de tudo, em alguns casos duas vezes. Nada mais eficaz para o combate ao assédio que o investimento em bem estar. Pode escrever, digo, por favor escreva.

Fonte: www.assediomoral.org. Peli, P; Teixeira, P. Assédio Moral: Uma Responsabilidade Corporativa.

Autor (a): Dr. Eduardo Arantes – Médico com especialização em Medicina do Trabalho pela Universidade São Francisco de São Paulo, Ergonomia pela Faculdade de Ciências Médicas de Minas Gerais e em Gestão de Saúde pela FGV. Autor dos livros: O Retorno Financeiro de Programas de Promoção da Segurança, Saúde e Qualidade de Vida nas Empresas, Ciências da Vida Humana e o recém-lançado Crônicas de Saúde, Ciência e Cotidiano. Atualmente é Diretor Técnico na Beecorp – Bem Estar Corporativo.

O Dr. Eduardo Arantes escreve mensalmente para o SaudeOcupacional.org, na “Coluna do Edu”.

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